O deputado distrital Daniel Donizet (MDB), que tem sido alvo de várias polêmicas, apresentou nesta segunda-feira (30) um pedido de licença do seu mandato na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O motivo, segundo o documento, são “questões médicas” relacionadas à sua saúde mental, para a qual ele buscará retomar o tratamento por 60 dias.
“Com coragem e senso de responsabilidade, o parlamentar reconhece que a pressão emocional dos últimos meses se tornou insustentável, exigindo atenção imediata. Cuidar da saúde é um passo fundamental – não só para o bem-estar pessoal dele, mas também para seguir servindo com integridade a população do DF”, diz o pedido de afastamento.
No último sábado (28), o deputado já havia enviado uma carta aberta aos colegas da CLDF, mencionando a retomada dos tratamentos em saúde mental.
Donizet foi flagrado recentemente dirigindo uma caminhonete após admitir ter consumido bebida alcoólica. Segundo informações, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro, prática que configura infração de trânsito, resultando em multa e suspensão da carteira de habilitação. Ainda de acordo com registros da Polícia Militar, o parlamentar teria tentado intimidar os policiais acionando autoridades, entre elas o próprio governador.
Além do episódio de embriaguez ao volante, Donizet já responde a uma denúncia do Ministério Público do Distrito Federal por crimes contra a dignidade sexual e esteve envolvido em uma polêmica com a influenciadora Andressa Urach.
Pedido de Suspensão e Processo Ético
Ainda nesta segunda-feira (30), cinco deputados distritais assinaram um pedido de suspensão de Daniel Donizet por pelo menos 90 dias. A solicitação, protocolada na CLDF e enviada à Mesa Diretora, baseia-se no Regimento Interno e no Código de Ética da Casa.
O pedido foi apresentado em nome da Procuradoria Especial da Mulher e assinado pela procuradora Paula Belmonte (sem partido), pelas deputadas Jaqueline Silva (MDB), Dayse Amarilio (PSB) e Jane Klebia (MDB), além do distrital Pastor Daniel (PP), membro da Comissão de Defesa da Mulher.
Também nesta segunda-feira (30), o Movimento Democrático Brasileiro do Distrito Federal (MDB-DF) anunciou a abertura de um processo ético-disciplinar contra o deputado. A decisão foi unânime na reunião da Comissão Executiva Estadual, realizada em Brasília, após um pedido do governador Ibaneis Rocha.
Em nota oficial, o MDB-DF reafirmou seu compromisso com a ética e a transparência, destacando que o processo foi iniciado após diálogo com outras lideranças do partido.