Vídeo: ‘Se o Lula me der o passaporte, eu negocio com o Trump’, afirma Bolsonaro

Foto: Reprodução

Nesta quinta-feira (17), Jair Bolsonaro (PL) declarou, em coletiva de imprensa, que estaria disposto a negociar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito das tarifas impostas aos produtos brasileiros, mas isso só ocorreria se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “sinalizasse positivamente” e seu passaporte, atualmente retido pela Polícia Federal, fosse devolvido.

“Se o Lula sinalizar para mim, eu sei que não é ele que vai dar o passaporte, eu negocio com o Trump. (…) Quem não vai conversar vai pagar um preço alto”, disse Bolsonaro durante coletiva de imprensa

A fala ocorre em meio à imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada por Trump. O presidente estadunidense justificou a medida, entre outras razões, pelo que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro no Brasil. O ex-mandatário está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe para permanecer no poder após perder o pleito presidencial de 2022.

Ainda de acordo com Bolsonaro, o Brasil encontra-se isolado diante da nova política comercial de Washington. Em sua avaliação, a defesa da soberania nacional feita por Lula conduz o país a uma dependência econômica crescente da China.

“O Brasil está isolado. […] Quando se fala em soberania, nós vamos ficar dependentes da China”, afirmou Bolsonaro na entrada do Senado, após visitar o gabinete de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Durante sua declaração, Bolsonaro também saiu em defesa de Trump, afirmando que o mandatário norte-americano deseja ver “a democracia restabelecida” no país.

As declarações foram feitas após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentar nesta semana um pedido de condenação contra Bolsonaro por diversos crimes: liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado por violência e grave ameaça ao patrimônio da União. A acusação destaca que os prejuízos resultantes da intentona golpista do dia 8 de janeiro de 2023 foram consideráveis, incluindo a deterioração de bens tombados.

Bolsonaro comentou disse ser “inocente” e afirmou a ideia de ser preso “não passa pela [sua] cabeça”.

“Não sou culpado de nada, não estou sendo acusado de corrupção. É injustiça comigo”, declarou.

Na entrevista, Jair Bolsonaro comentou a situação do filho Eduardo, deputado que se licenciou do mandato parlamentar para morar nos Estados Unidos, alegando ser alvo de perseguição no Brasil.

O prazo da licença de Eduardo termina no próximo domingo (20). Se ele não voltar, poderá perder o mandato caso atinja um terço de faltas nas sessões da Câmara.

“Se Eduardo vier para cá, ele está preso. Ou não está? Pelo que eu sei, ele não vem pra cá. Vai ser preso no aeroporto’, completou o ex-presidente.

O julgamento de Bolsonaro e de seus aliados no STF deve ocorrer entre agosto e setembro. Conforme os prazos processuais vigentes, as alegações finais das partes devem ser concluídas até 11 de agosto, uma vez que não há suspensão de prazos durante o recesso do Judiciário em julho.

Veja o vídeo:

 

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